quarta-feira, 1 de julho de 2015

Não à inclusão carcerária

O dia de hoje nasceu com dois Sois: um resplandecente para os que lutam pelos direitos e pela dignidade humana; um turvo para os que querem incitar uma grande parte da população a acreditar num engodo.
A bancada da bala e da inclusão carcerária que queria a todo o custo reduzir a maioridade penal teve seus planos frustrados. Choraram, espernearam, gritaram e por vezes até onfenderam, pensando que assim conseguiriam empurrar goela abaixo essa matéria vil que seria mais um golpe contra a população das periferias, contra a juventude negra, contra a juventude pobre deste país.
Querem conservar e proteger a família brasileira, dizem eles. Mas que família? E quem são por eles considerados brasileiros? Ou nas periferias não há o que se considere família ou não são estas consideradas brasileiras, pois estes legisladores conservadores não as protegem nem defendem. Acaso defendem as famílias brasileiras quando invadem morros atirando primeiro e perguntando depois com sua polícia despreparada e até dolosa? E quando permitem que os governadores de seus próprios partidos cometam descalabros contra a Educação, estão defendendo as famílias? Ou serás que estariam defendendo as famílias brasileiras quando se esquecem que nas periferias não há o menor investimento em esporte, cultura e em lazer? A família brasileira é agredida muito antes da consumação de um crime, e vós, senhores conservadores, nada fazem para protegê-la. Querem agora puni-la ainda mais?
O deputado Ivan Valente foi muito feliz ao chamar a atenção destes deputados da inclusão carcerária dizendo que estes nunca votaram de forma séria os 10% do PIB para a Educação, que estes "defensores da família brasileira" preferem gastar 45% do orçamento para pagar juros de banqueiros (cuja maioria nem são brasileiros), mas que sempre se esquecem de pensar as políticas públicas que certamente teriam impacto maior na diminuição da violência do que a simples, vingativa e odienta punição.
Amanheceram hoje destilando veneno, dizendo que a maioria da população queria a redução. que essa maioria não foi respeitada. Essa maioria é a mesma que frequenta as escolas públicas que, por uma mera coincidência, são as escolas mais sucateadas. São dessas escolas sucateadas que saem tantos os criminosos quanto a maioria que cegamente defende tal medida. Querem tapar o Sol com a peneira com a falsa sensação de proteção criada pela "certeza da punição". A certeza da punição não restitui o que se perdeu nem impede que crimes ocorram. Continua o problema, mas tem-se a vingança. A bancada da inclusão carcerária quer apenas vingar, não sanar o problema impedindo que os delitos ocorram, e isso atende outros propósitos mais sórdidos ainda.
Se acham que o Estado está falhado, estejam ciente que vós sois parte principal deste Estado, meus caros conservadores legisladores. A falha do Estado é a vossa falha. Criar novas leis quando as já existentes não estão sendo devidamente cumpridas e vós que deveriam fiscalizar de perto o cumprimento destas leis não o fazem, materializa a mais pura tentativa de enganar a população carente com soluções que a marginalizam ainda mais, é querer mostrar serviço por meio de desserviço: isso é um erro, isso é um engodo.
E se vós, conservadores cristãos plantadores de engodos, ainda achais que a maioria tem sempre razão e que a vontade dela deve sempre ser respeitada, faço-vos lembrar que a maioria, detentora da razão, preferiu libertar Barrabás e condenar Jesus a morte. Penso que condenar é o que mais gostais de fazer.
Por fim, utilizo novamente a frase de Ivan Valente para resumir a questão: "Este Estado que não protege, que não acolhe, não pode punir!"

Viva a sensatez! Viva a juventude! Sim à Educação, à inclusão social! Não à redução e à inclusão carcerária!
Não passarão, senhores conservadores! Vosso latido é mais alto, mas nossa luta é justa e nossa gente mais aguerrida!

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