sábado, 28 de dezembro de 2013

Quem deveria ter a entrada barrada na Câmara Municipal de Ribeirão Preto?


Ontem, no jornal Noticidade (SBT), o apresentador contou com a presença do futuro presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, Walter Gomes, para prestar esclarecimentos e apontar quais os grandes desafios que o mesmo acreditava encontrar em sua nova função. Obviamente que as manifestações ocorridas durante todo o ano foram pauta, e a respeito dessas manifestações é que as questões mais polêmicas foram suscitadas.
O senhor Walter Gomes, que há muitos anos se faz presente na Câmara Municipal - se reelegendo por meio de um curral eleitoral cujas cercas delimitadoras são as grades em volta dos campos de futebol - afirmou que a partir de sua gestão os cidadãos terão suas bolsas revistadas para terem acesso ao plenário. Da mesma forma, afirmou categoricamente que indivíduos “mascarados” não irão ter acesso ao local. Segundo o futuro presidente da Câmara, todas estas medidas seriam necessárias para garantir a integridade física dos vereadores, para impedir que a violência tomasse conta das sessões.
Contudo, qual seria o medo que permeia os pensamentos dos vereadores e que culminou com esta ação arbitrária do próximo presidente da casa legislativa?
Provavelmente o medo que os acomete gira em torno de uma articulação da sociedade civil que, cansada da conduta coronelesca de grande parte de seus representantes políticos, resolveu tomar uma atitude renovadora, que tomou grande força com o “não reeleja” e culminou com o cancelamento da sessão da Câmara semana passada. Esta postura da sociedade, se não põe fim aos desmandos destes senhores, dificulta-lhes a ação, o que lhes causa grandes constrangimentos entre si em suas obscuridades praticadas no submundo político de Ribeirão Preto.
O senhor Walter Gomes, ao citar os ovos e o sinalizador atirados contra o então presidente da Câmara, Cícero Gomes, afirmou que se o mesmo indivíduo – patrimônio tombado da casa – tivesse sido atingido, certamente estaria com problemas em sua saúde. Sendo assim, a ação coercitiva (revista) contra os cidadãos que assistem às sessões seriam justificadas, pois além de garantir a integridade dos vereadores, impediria que os “vândalos” depredassem o patrimônio público.
Oras, isso só pode se tratar de uma piada, senhor vereador! Já ouvi falar que ingerir ovo em excesso pode causar o aumento do colesterol, mas nunca que uma ovada pudesse causar algum tipo de doença (Mário Covas que o diga). Se assim o fosse, muitas crianças certamente morreriam nas filas dos postos de saúde (área também sucateada) de nossa cidade nos dias de seus aniversários, onde muitas levam um número excessivo de ovadas de seus amigos. Tampouco creio, vereador, que os sinalizadores possam causar algum tipo de dano maior que as balas de borracha e spray de pimenta que portavam os policiais postados por vossas senhorias na Câmara e que estavam prontos para reprimir os verdadeiros donos da Casa: o povo. Um ovo ou um sinalizador lançados contra um político nunca serão causa de doença, tal como pretendes, vereador, mas sim efeito de doenças crônicas que acometem a cidade de Ribeirão Preto: a “corruptose aguda”, a “ineficiênciatíase”, a “coronelite”, a “interessiti particulariosi” que corrói a máquina pública, entre outras doenças.
Tampouco creio, vereador, que qualquer coisa quebrada dentro da Câmara Municipal (o que não me recordo ter acontecido) custe mais caro aos cofres públicos do que o aumento salarial que os senhores mesmos se concederam há pouco tempo. Tampouco custariam mais caro que os salários exorbitantes pagos pelo executivo para custear os cargos de confiança e que os senhores (maioria governista) não fazem questão de questionar a verdadeira necessidade.
Tenho por certo que maior depredação ao patrimônio público ocorre quando usais do poder que lhes foi concedido pelo povo para agir contra o próprio povo, como nessas situações citadas. Um outro exemplo de como se depreda patrimônio público foi dado com vossa intenção de aprovar o inconstitucional e imoral projeto de lei que visava a prorrogação dos contratos dos professores emergenciais. Vós estais a depredar o maior patrimônio que a cidade tem, e cujo valor não se mede em cifras: as crianças e adolescentes de Ribeirão Preto. Ao negar-lhes o direito à educação de qualidade estais comprometendo o futuro destas mesmas crianças, e certamente garantindo as vossas continuidades na Câmara, pois são estes que vão jogar os campeonatos de futebol nas periferias da cidade, são os mesmos que dependerão de cestas básicas para sobreviver, não é mesmo, senhor vereador?
No dia de sua eleição como presidente da Câmara, senhor vereador, recordastes mais uma vez das dificuldades que tivestes de enfrentar para chegar a tal posição. É uma bela história de superação. Contudo, o que tens feito com o cargo que lhe foi confiado por aqueles que sofrem tanto ou mais do que sofrestes? Tua história de superação parece servir apenas como meio de comover aos que te escutam, e não para garantir que a situação dos menos afortunados melhore. Em vez de fiscalizar os desmandos do executivo, uniu-se à prefeita, e estás ajudando na falência da cidade. Saindo de onde saiu e chegando a onde estás, deverias lutar para a que a população tivesse melhores condições, mas pelo visto queres continuar na posição que se encontra. Isto explica o porquê de dificultar que os cidadãos entrem na casa que é deles.
Como afirmou Leonardo Sacramento em uma entrevista “A Câmara não é um patrimônio dos vereadores”, senhor futuro presidente, mas um patrimônio da população que vossas senhorias estão depredando com conduta tão vil. Os vereadores que colocam o interesse particular ou de um grupo acima do interesse público é que deveriam ser revistados pelo Ministério Público e impedidos de entrar na Câmara. A pior máscara não é aquela artificial que é colocada, mas a natural que está sendo usada por muitos dos vereadores, e que enganam muito mais.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

2013, 2013!!!

Como resumir em poucas palavras o que o ano de 2013 representou em minha vida? Creio não ser possível para alguém acostumado a escrever muito, a expandir, suprimir por meio de um resumo boa parte do vivido neste ano. Sendo assim, conforme minha memória for dando o ar da graça e a minha limitada capacidade de escrever me permitir, tentarei expressar o que significou o ano 2013, mesmo que um resumo não seja bem minha característica.

Dentre as várias realizações ocorridas este ano, creio que a maior de todas foi a de ter tido a honra de lecionar na escola onde aprendi a ler. Creio não haver palavra em nosso idioma que traduza tal sentimento. Vinte anos após minha entrada como aluno no Alfeu Luiz Gasparini retornei enquanto Professor. Neste período, dentro de minha limitação, esforcei-me por tentar passar alguma coisa aos alunos (que hoje posso chamar de amigos) que lhes fosse proveitosa. Não sei até que ponto obtive êxito, mas certamente foi algo inesquecível para mim.
Embora o dia de minha saída tenha sido extremamente triste por ter de deixar um lugar tão especial para mim, fui ao mesmo tempo (junto com os outros amigos que também saíram) agraciado com o carinho de grande parte dos amigos alunos que fiz.  Creio que qualquer professor seria muito mais feliz com sua profissão se tivesse recebido o carinho que recebi nesta ocasião. Certamente essa atitude intempestiva dos alunos não se deu senão por um vínculo que fiz questão de cultivar, seja conversando a sós sobre diversos assuntos, seja tocando flauta durante o recreio, seja jogando futebol na última aula.
Certamente, os alunos do Alfeu fizeram com que este ano fosse o melhor de minha vida.
Para além do Alfeu, outra instituição de Ensino marcou meu ano de 2013: o Barão de Mauá. Para ser sincero, mais os amigos e professores do que necessariamente a instituição. Contudo, não há como negar que foi lá um dos momentos de maior realização de minha vida: a formatura. Lá tornei-me Professor, em contato com ótimos professores e ótimos amigos. Sem isso, certamente a própria satisfação de voltar ao Alfeu como Professor seria possível.
Não há como negar que este ano foi de fato repleto de realizações, sendo que uma delas (posso dizer envaidecidamente), foi a nota 10 que conquistei em minha monografia. Depois de nove longos meses e 144 páginas depois, ser coroado com tal nota deixou-me muito feliz. A mesma felicidade senti ao ser selecionado para a Iniciação Científica.
Embora coisas ruins também tenham permeado este ano, no-las citarei. Prefiro apenas dizer que existiram, sem remoê-las e rememorá-las, pois prefiro compartilhar somente as boas coisas. O ano de 2013, entre coisas boas e ruins, certamente foi o melhor que tive até então, pois foi um ano de realizações pessoais sem igual. Infelizmente, eis que ele chega ao seu final. Todavia, certamente guardarei as recordações dele na memória, e sempre que revisitar os fatos ocorridos em período tão bom de minha vida, certamente a mesma felicidade que ora sinto se fará presente.

Às pessoas que compartilharam este ano comigo e ajudaram a torná-lo o mais significativo de minha vida, deixo meus sinceros agradecimentos!