sábado, 8 de outubro de 2011

Refletindo sobre o que pregam IV

O amor incondicional de Deus é mais uma das coisas pregadas nas igrejas que é totalmente contraditória.
Se esse amor proveniente de Deus aos homens é mesmo incondicional, logo, não importa o que se pense, faça ou fale: continua Deus amando tal sujeito. Pelo menos é isso o que quer dizer "incondicional": que não admite ou supõe qualquer condição, irrestrito.

Sempre ouvi falar sobre o "amor incondicional" de Deus e sobre o “inferno". Este dois conceitos tornam Deus totalmente contraditório.  “Amor incondicional” e “inferno” são antagônicos. Ou seja, um conceito anula ao outro. É o mesmo que ser “bom” e “mau” ao mesmo tempo.

Como pode alguém que ama incondicionalmente mandar alguém para sofrer no inferno?

Uma pessoa que não segue o que supostamente foi pedido por Deus irá, após a morte, e posteriormente ao julgamento final, arder eternamente no inferno. Um lugar onde haverá choro e ranger de dentes-segundo a bíblia- um lugar de sofrimento sem fim.
Um ser que ama incondicionalmente manda o ser amado para sofrer eternamente?
Evidentemente que não. Isso de forma alguma é demonstração de amor!

Alguns ainda dirão que somente arderá no inferno quem quiser, pois Deus dá várias oportunidades de se converter e fazer as coisas certas, e que se um indivíduo resolveu ser mal, logo, Deus será justo, e o mandará ao inferno por seus atos.

Não entrarei no mérito de analisar se é ou não justo que um indivíduo "mal" , transgressor das leis de Deus pague por seus atos indo arder no inferno. Todavia, ainda que seja justo da parte de Deus mandar um "mal" para o inferno, isso, evidentemente, mostra que o amor Dele não é incondicional tal como pregam.
Se, assim como se pode perceber: que quem ama incondicionalmente não faz com que o ser amado sofra eternamente, logo, se alguém vai ao inferno mandado por Deus, este não é amado por Ele.
Sendo assim, se para que o indivíduo seja amado e permaneça com Deus no paraíso tenha que ser bom, seguir as leis por Ele impostas, fazer o bem, logo, o amor de Deus não é de forma alguma incondicional. Muito pelo contrário. O amor de Deus é totalmente condicionado. Exigir que um indivíduo siga as leis para ser amado e não ir sofrer no inferno é uma condição. Uma exigência é uma condição.
Colocar os indivíduos numa perspectiva dualista onde ou se é amado e vai ao paraíso ou se é odiado e vai arder no inferno é uma prova cabal que o amor de Deus de forma nenhuma é "incondicional".

Pode-se concluir de duas formas:

Se o amor de Deus é incondicional: o inferno não existe. Pois o amor incondicional Dele fará com que independentemente do que cada um faça, sempre todos ficarão ao lado Dele. Porque Deus ama a todos incondicionalmente.

Já se o inferno existe: o amor de Deus não é incondicional. Pois há uma condição para se ser amado, viver com Ele no paraíso e não ser jogado no inferno para sofrer eternamente: ser bom e seguir suas leis.



Pare e pense! Veja que tudo o quanto sabes sobre Deus não foi por tua própria experiência aprendido, mas sim imposto por uma tradição. Se conseguir deixar de lado a idéia imposta de que o simples fato de pensar e questionar os valores cristãos é um pecado, verás o quão contraditório é a descrição que fazem de Deus. Isso não quer dizer, necessariamente, que Deus não exista, entretanto, deixa claro que Ele não é nada daquilo que falam nas igrejas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Variando...

Quebrando um pouco a rotina, falarei um pouco de política. Embora igreja e política se confundam totalmente.

Os brasileiros têm um estereótipo de político: um homem rico, falso, bom com palavras e corrupto/ ladrão.
É a partir deste estereótipo de político que todas as opiniões à respeito de política e sobre os políticos são formadas.
É evidente que a maior parte dos políticos -isso pra não dizer todos- se enquadram neste perfil. Entretanto, não é sobre o fato dos políticos se enquadrarem ou não neste perfil que me causa estranheza, mas sim as críticas que os cidadãos fazem (críticas na qual me incluí em várias oportunidades).

Hoje, embora me afete de maneira considerável, admiro os políticos corruptos. Não por ser correto o que fazem, mas por serem "bons" no que fazem.
Uma hipocrisia gigantesca é o fato do povo reclamar que os políticos querem sempre se dar bem, e que para isso sempre estão roubando e arrumando maneiras ilegais para conseguir realizar seus intentos. Indignar-se com os políticos, venha essa indignação da parte de quem vier, é de uma hipocrisia enorme. Diria que neste imenso país não há ninguém que tenha condições morais de fazê-lo.
A pergunta que faço é a seguinte: em que se diferenciam os políticos corruptos do restante do povo?

Se for deixado de lado os preconceitos e de forma racional e imparcial analisar, julgando a si próprio se preciso for, ver-se-á que em nada se diferencia o povo dos políticos corruptos, exceto pelo montante que estes com sua corrupção conseguem arrecadar e com o número de pessoas que atingem com sua atitude.
Excluindo a diferença que acima descrevo nada mais há de diferente entre os políticos e a população.

Veja bem!

Corrupção nada mais é do que a transgressão das normas morais e legais.

Faço então mais uma pergunta:

Quem nunca burlou uma regra e deu um jeitinho de se dar bem?
A maioria esmagadora da sociedade brasileira já deu "jeitinho" nas coisas. Isso, mesmo que em menor proporção comparado com os políticos também é corrupção. A sociedade brasileira é corrupta por natureza. O que ocorre, e que talvez seja o que faz muitos pensarem que a sociedade brasileira em sua maioria é honesta, é o fato de sempre atrelar a corrupção à riqueza e a honestidade à pobreza.
Se de forma equivocada associar a honestidade à pobreza seremos obrigados a considerar o Brasil um dos países mais honestos do mundo. E se analisar de forma imparcial, muito provavelmente chegar-se-á à conclusão: de que não é isso o que ocorre.

Corrupção é transgredir as normas morais e legais em proveito próprio ou de um grupo, e isso os brasileiros sempre que têm oportunidade fazem, se diferenciando disso algumas exceções (que eu particularmente não conheço).
Os pobres se indignam com os ricos e políticos por pura hipocrisia, pois sempre que têm oportunidade, mesmo que em menor proporção, se corrompem e tiram proveito desse ato.
Chego a conclusão de que o que diferencia os políticos ricos do povo pobre é que: os ricos são "bons" no que fazem. E que se a maioria dos pobres chegasse a ocupar o lugar de algum político: certamente faria exatamente igual ao que enquanto pobre abomina.