domingo, 26 de junho de 2011

"falar, até papagaio fala"

Escuto muitas vezes as pessoas dizendo: temos de proclamar o evangelho de Jesus Cristo a todas as pessoas perdidas!

Se não me falha a memória, o que Jesus disse para os apóstolos é que levassem a boa nova a todas as pessoas e com isso todos tivessem ciência de como chegar à salvação.

O que me intriga é saber que as pessoas "perdidas" conhecem o evangelho, e as vezes até melhor do que as que vivem dentro da igreja.
Se estas pessoas conhecem o evangelho de nada adiantará que alguém passe para anunciar a estes novamente as palavras de Jesus. Ainda mais se quem anunciá-las não tiver uma vida condizente com o que prega.
Por algum motivo, mesmo escutando sobre os ensinamentos de Jesus, resolveram não seguir tais ensinamentos.

Se anunciar o evangelho não está surtindo efeito, o que será que falta?
A frase que escutei ontem serve bem para ilustrar o que ocorre com a ineficácia do anúncio do evangelho: "falar, até papagaio fala".
Embora se encaixe perfeitamente no panorama, partindo de quem partiu, esta frase torna-se de uma ironia e de uma hipocrisia gigantesca.

O problema é bem este mesmo: as pessoas falam demais.
As pessoas que se encontram em situação de "perdição" não necessitam escutar mais uma vez as palavras de Jesus. Estas pessoas fatalmente já escutaram várias vezes. Até mesmo o evangelho se torna chato se simplesmente falado por várias vezes. Pior ainda quando quem o anuncia não vive-o.
As pessoas que "recitam" o evangelho quando não o vivem apenas recitam-no. Tornam o evangelho nada mais que um mero poema: bonito de ouvir, mas difícil de pô-lo em prática. Assim o evangelho acaba caindo no mundo da ideologia, onde tudo é perfeito.
Necessita-se de que estas pessoas, que usam o nome de Deus para justificar os seus pecados quando estes acabam caindo no conhecimento da comunidade, e que quando podem fazer algo sem serem descobertos pouco fazem das e pelas palavras de Deus, tirem o evangelho do campo do idealismo a tragam-no para o materialismo: e que vivam tal como manda e ensina o evangelho.

As pessoas "perdidas" necessitam de exemplos de vida. Precisam de pessoas que vivam o evangelho e não de recitadores de evangelho.
Como alguém que prega contra o alcoolismo, por dizer que o álcool deteriora o corpo que é o templo do Espírito Santo, terá crédito em suas palavras se na primeira festa que for se embriagar?
Como alguém que prega a amizade perante uma assembléia pode mudar alguém se na saída da igreja sequer sabe o nome da pessoa para quem pregou?
Coisas assim e ainda piores ocorrem em todas as igrejas (ênfase na Sta. Edwiges).
As pessoas têm usado o nome de Deus para justificar suas falhas de caráter: Deus é perfeito e nunca erra, eu não sou perfeito, por isso errei. Isso tem de acabar!

Há uma diferença básica entre as pessoas boas e as que gostam de tirar proveito das boas: essa diferença está nos verbos ser e estar.

As pessoas boas em alguns momentos de suas vidas estão erradas. Todavia o verbo estar é uma condição passageira, momentânea. Não é uma condição perpétua no âmago do ser destas pessoas.
Já as pessoas que gostam de tirar proveito das pessoas boas são podres, são usurpadoras e principalmente oportunistas. Dissimulam e somente esperam o momento oportuno para darem seus golpes. O verbo ser significa essência, ou seja, nestas pessoas essa podridão de caráter está incrustada no ser destes. É imutável.
E infelizmente é este ultimo caráter que predomina nas pessoas que estão na frente da igreja ( mais uma vez, ênfase na Sta. Edwiges)

Há que se mudar este panorama!
Há que saírem do meio destas pessoas obscuras alguns que vivam realmente o evangelho. Somente com pessoas que tratem aos demais como irmãos e não como oportunidades é que salvar-se-ão os que hoje estão "perdidos".

É através do exemplo e não do simples ato de recitar o evangelho que estaremos cumprindo o pedido de Jesus.

Paz aos bons, piedade aos demais.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Trágico ou cômico?

Depois de um ano, três meses, e dois dias, soa-me engraçado o diálogo que me acometeu, ao passo que aconteceu como fora previsto.
Eu sei que é redundante falar a sobre o que ocorrera. Já escrevi e falei muito a respeito disso. Mas foi hilário a pergunta que me fizeram e o diálogo subsequente: Lucas, você e os meninos voltarão mesmo ao grupo?
Respondi que não sabia quanto aos demais, mas que eu mantinha minha posição de sempre.
O que me deixou com vontade de rir foi o que ouvi posteriormente a minha resposta: "Ai, que pena! A parte debaixo da Igreja está quese pronta e quando estiver precisará de gente pra encher o grupo!"

Eu sempre disse que enquanto se prioriza-se a Igreja-pedra, a Igreja-seres-humanos estaria enfraquecida.
Em muitas ocasiões venderam-se roupas usadas ao invès de doá-las para quem realmente necessitava. Isso tudo somente para arrecadar alguns reais a mais para a construção da Igreja-pedra.
Junta-se a isso o que ocorrera no fatídico dia 06/03/2010 e teremos uma Igreja-pedra - embora inacabada, grande e bonita, mas vazia do que mais deveria ter para o futuro da própria Igreja-pedra: os jóvens.


Tudo isso seria cômico caso não fosse trágico.
Os jóvens têm força, basta saber reuní-los. E para tanto é necessário tratá-los com respeito, e não como meros semi-adultos como sempre foram tratados pelos mais velhos que somente lembravam-se deles para criticá-los ou para chamá-los para trabalhar na quermesse.
Quanto aos que quiserem reuní-los: tratem-os como gente, e não como número, como hoje é feito. E principalmente sejam honestos e façam as coísas às claras - o que tem faltado a vossas senhorias.

Espero que essa situação mude.