sábado, 24 de setembro de 2011

Refletindo sobre o que pregam III

Continuando minhas reflexões sobre o que pregam analisarei a doutrina do poder do papa, que supostamente por ser o sucessor de Pedro é o dono das chaves do céu.

Que análise pode ser feita a partir do pedido de desculpas dos últimos papas pelas atrocidades cometidas pela igreja em tempos passados?

Muitos dos que ela seguem certamente dirão: “mas a igreja é formada por homens e homens erram”, ou ainda: “a igreja é santa e pecadora”.
Só o fato de admitir que a igreja é pecadora já exclui a possibilidade de ser santa, exceto no mito católico. Pelo modo como descrevem a igreja, que é o “braço” de Deus na terra- sendo braço também é o próprio Deus- sendo santa e pecadora, por conseqüência a conclusão a que se chega é que Deus também é um pecador, assim como seu filho Jesus.
Isso é extremamente contraditório. E a igreja católica é cheia destas contradições. Aliás, o cristianismo com um todo é contraditório. Basta ver que chamam Jesus de mestre e mesmo assim não o imitam. Todos os mestres na história tiveram discípulos, e todos estes discípulos imitavam o tempo todo os passos de seus mestres. Somente o cristianismo não faz isso. Não se vê um só que seja realmente seguidor de cristo.

Todavia, voltemos à análise do que diz respeito ao pedido de desculpas.

A própria admissão de um erro por parte da igreja é suficiente para que ninguém a siga. Se Deus é perfeito e isento de erros não pode ser a igreja que admitidamente errou a representante de Deus. Segui-la é errar.
O que a igreja faz é dar poder a alguns espertos que ganham-no pela fé e ignorância do povo que não enxerga tais contradições. Essa dominação por parte do clero se dá a partir de dogmas, que para não serem desmascarados como idiotices, são tidos como “extremamente corretos” e fora de contestação, onde qualquer pensamento contrário a estes fará com que o indivíduo recaia em pecado, e que o que se ganha com o pecado é sofrimento. Essa repressão mental que sofrem os fiéis é parecida com a repressão do direito de expressão implantado pelas ditaduras, e em tempos passados foi até pior, como na caça as bruxas, que posteriormente gerou o pedido de desculpas do papa.
Essa dominação psicológica por parte da igreja, muito bem planejada, acaba por dar poderes de um deus a um homem. O papa tem poderes de um deus. O que ele fala deve ser seguido, caso contrário o inferno é o destino.

Veja este panorama cômico:

A igreja perseguiu e assassinou muita gente em nome de Deus. As pessoas eram mortas porque estavam em pecado. O pecado leva ao inferno segundo a doutrina da igreja. Logo, todos os assassinados foram diretamente, sem escala, para o inferno. Em contrapartida os que mataram em nome da igreja e de Deus foram imediatamente condecorados com uma passagem direta, em primeira classe, para o paraíso, por fazerem a vontade de Deus.

O poder do papa é tão grande que em um minuto, quando admitiu que a igreja estava errada nessas execuções e pediu desculpas, ele fez a maior mudança da história do paraíso e inferno. (Para as empresas de turismo extra-terrenas foi ótimo.)

Ora, pois, se a igreja errou tal como disse o papa, logo, todos os que perseguiram e mataram são conseqüentemente assassinos impiedosos, cometeram pecados, e conseqüentemente são merecedores de morar na periferia do inferno. Em contrapartida, os que morreram injustamente estão livres dos pecados que a igreja os tinha imputado, merecendo então morar na zona sul do paraíso.
O papa em um só minuto fez o maior remanejamento populacional entre o céu e o inferno de toda a história.

Podemos analisar isso de várias formas:

·         Se os mortos continuaram, mesmo com o pedido de desculpas do papa, em seus respectivos lugares definidos há anos atrás pela igreja (inferno e paraíso), Deus é injusto.

·         Se estes indivíduos, assim que admitido o erro na hora da distribuição de suas moradias eternas, tiverem que mudar do paraíso para o inferno e vice-versa, o que se mostra é que a igreja é a maior fraude de todos os tempos, pois se ela realmente é a representante de Deus na Terra não poderia errar, e se errou é por que não é a representante Dele.

·         Se somente os que estavam injustamente no inferno foram remanejados para o paraíso depois da constatação do erro da igreja, e os que mataram e deveriam ser remanejados para o inferno pelos pecados cometidos foram perdoados e permaneceram no paraíso, o que se pode conclui é: não esquente com o que a igreja diz, ela não é representante de Deus e o pecado não existe, sendo assim faça o que quiser de sua vida sem se importar com nada, pois ao final, errado ou não, teu destino é ser perdoado e ficar eternamente no paraíso.

O que se conclui é que: a igreja não é e nem nunca será a representante de Deus. Tudo o que ela diz é pura charlatanice. Deus, na perspectiva da igreja nada mais é do que a forma de dominação de um povo. Deus é a emanação da vontade de poder daqueles que dominam a igreja.

A igreja é contraditória e muito cômica.