sábado, 30 de julho de 2011

Refletindo sobre o que pregam II

Bem, continuando minhas reflexões sobre o que continuamente pregam dentro das igrejas, com uma ênfase maior na católica, que é a que tive um maior contato, tentarei expor o meu ponto de vista a respeito de outra máxima: a confissão.

Conversando com uma amiga surgiu tal assunto-a confissão- e notei que as mesmas coisas que foram ensinadas a ela foram de forma parecida passadas também a mim, e creio que aos demais católicos a idéia do que é a confissão também foi ensinada em termos parecidos aos seguintes: que o padre no momento da confissão é o próprio Deus e que somente com o ato da confissão é que se recebe o verdadeiro perdão; e que ao término da confissão o padre (ser humano) esquece o que disseste durante a confissão.

Não entrarei no mérito de analisar a idéia de que o padre em determinados momentos torna-se, por força de um ritual, o próprio Deus, entre esses momentos o da confissão, pois não creio nisso de forma alguma. Mas aceitando esta idéia, vejamos como é contraditório o que pregam.

Analisarei em duas partes essa máxima: a necessidade de se confessar estritamente com o padre durante o ritual de confissão para se obter o perdão e a idéia de que o padre esquece os pecados contados assim que se dá o termino da confissão.

Se for possível mesmo, de acordo com o que pregam nos encontros da Rcc e mesmo nas missas, falar com Deus em qualquer momento que Ele escuta; se Deus de fato é benevolente e a tudo perdoa, qual a necessidade então de confessar com um padre que somente seria o próprio Deus em determinados momentos? Se Deus ouve aos homens quando estes pedem perdão em oração, qual o motivo pelo qual Deus deixa o peso da culpa em cima dos ombros de homens arrependidos até que estes peçam perdão ao padre durante a confissão?
Isso tudo é contraditório. Se há a necessidade de confessar-se com o padre para se obter perdão é óbvio que Deus não escuta aos homens o tempo todo. Se Deus escuta aos homens o tempo todo, um simples e sincero pedido de perdão em forma de oração será suficiente para se obter o perdão de Deus, não havendo assim a necessidade de confessar-se com o padre.
Acreditar que Deus ouve aos homens o tempo todo e ainda sim pregar que os homens necessitam de confessar com o padre para obterem o perdão, sendo que neste intervalo a culpa permanece nos homens, mesmo que estes estejam arrependidos e já tenham pedido perdão em forma de oração, é o mesmo que chamar Deus de burocrata e aceitar que Ele não é tão benevolente assim.

Passemos adiante!

Pelo que me consta, baseado no que sempre escutei dentro da própria igreja através de meus amigos e sacerdotes, os padres fazem uma espécie de juramento ou têm um código de conduta ou de ética que os proíbem de contar, seja em que circunstância for, por mais que tenha sido uma atrocidade, o que ouviram dos fiéis durante a confissão.
Se o que dizem a este respeito é verídico e que os padres fazem um juramento que os impedem de contar os pecados ouvidos durante a confissão, logo, a idéia de que os padres esquecem o que foi contado ao fim da confissão é errada.
Apenas o fato de haver um juramento ou um código de conduta que os impedem de contar o que ouvem dos fiéis pressupõe que os mesmos não esquecem o que a eles é contado, caso contrário, se de fato eles esquecessem assim que se termina a confissão, não haveria necessidade de tal juramento ou coisa qualquer.

Concluo, pois, que a idéia que fazem da confissão, se posta em confronto com o que a idéia que propagam a respeito de como é Deus e como Ele ouve aos homens, é um tanto quanto contraditória. Digo que se acreditar em uma dessas idéias não poderá acreditar noutra sem que se caia em contradição. Digo-vos ainda que, conforme fora visto, a confissão direta ao padre não é necessária se crês que Deus ouve aos homens. Previno-vos ainda dizendo que somente vá confessar-se com algum padre caso este seja teu amigo ou caso saiba que este é idôneo, ou ainda caso não o conheça e não vá tornar a vê-lo, pois como fora visto, este não se esquecerá do que contar a ele, e, se este não for idôneo, prepare-se para as insinuações e até discriminações caso sejais um participante da igreja.
Procure um padre para aconselhar-se, pois em sua maioria os padres sabem como fazer isso, e não para confessar-se, pois como fora visto não é necessário para se obter o perdão.

















sábado, 16 de julho de 2011

Refletindo sobre o que pregam I

Sempre, enquanto participante da igreja, ouvi várias frases que são muito repetidas em reuniões, retiros, missas, semanas de louvores, etc. Também muito me foi dito sobre a essência de Deus. Também muito me foi dito a respeito de como um católico deve ser e fazer, para que sendo  e fazendo não transgrida as normas preestabelecidas pela igreja católica apostólica romana.

Sobre estas frases e doutrinas eu começarei a refletir aqui no blog, e tentarei, a partir de meu ponto de vista, ver se de fato elas têm fundamento ou são apenas balelas para enrolar as pessoas.

Bem, começarei por uma frase-doutrina que sempre é pregada por um grande amigo meu e que quase sempre é direcionada a mim: "nós que somos guiados pelo Espírito Santo temos de ser obedientes ao padre. Ele é a autoridade aqui. Se ele nos mandar fazer algo, mesmo que seja errado, temos de acatar e fazer, pois somente ele pagará diante de Deus caso erremos por causa dele".

Pelo que entendi das palavras de meu amigo: o culpado não é a pessoa que erra, mas sim a pessoa que induz a outra a errar.

Eu acho essa idéia-doutrina terrível e idiota. Todavia, vejamos:

De acordo com a igreja o homem tem o "livre arbítrio"; é habitado pelo Espírito Santo, que em tese dá ao homem alguns dons, entre eles o discernimento; e será posteriormente julgado apenas por seus próprios atos.
Considerando estas três situações ouso dizer com ainda mais firmeza que: é absurda esta doutrina, e que meu amigo engana-se a si próprio e aos demais quando diz ser correta esta doutrina.

Vou relacionar, mesmo com minha enorme ignorância, "livre arbítrio", "discernimento dado pelo Espírito Santo" e "julgamento divino", para então mostrar como é ridícula esta “doutrina" ou esta tese levantada e defendida pelo meu amigo:

Livre arbítrio

·         De acordo com a igreja, e como aceito por todos que nela crêem, os homens têm o livre arbítrio: que é o poder ou o direito de decidir de como e quando fazer qualquer coisa que seja. De acordo com o que se sabe, o “livre arbítrio” é o direito inalienável do homem de escolher por sua própria vontade o que fazer de sua vida, de dirigir suas atitudes em detrimento a qualquer outro ser ou pessoa que demonstre a vontade contrária.

Discernimento

·         Além do livre arbítrio, o homem conta hoje em dia, segundo as escrituras que formam a bíblia, com o apoio do Espírito Santo, que é enviado aos homens e neles habita. Tem, o Espírito Santo, como característica o fato de dar aos homens alguns dons, entre estes dons o dom do discernimento. Discernimento nada mais é do que a capacidade de ver com clareza o que é certo e errado em cada circunstância, ou seja, o bem e o mal, e assim poder decidir de maneira correta e que não venha a trazer nenhum revés a quem decide.

Juízo final

·         Ainda de acordo com as escrituras da bíblia e com a igreja: haverá um julgamento final, este feito por Deus, que levará em conta os atos feitos pelos homens enquanto estes viveram na Terra. Julgar-se-ão todos os homens, de forma individual. Ou seja, cada um prestará contas por suas próprias atitudes, sendo que suas atitudes em nada afetarão no julgamento de qualquer outro e vice-versa.


Tendo analisado um pouco mais a fundo o que significa cada uma destas coisas ditas dentro da igreja vejamos:

Se um homem tem o direito inalienável de decidir e fazer por si só qualquer coisa; se ele têm em si este Espírito Santo, que lhe mostra com clareza, dando-lhe a oportunidade de identificar, sempre que se fizer necessário, o bem e o mal; e se o julgamento divino é individual, levando em conta tão somente as atitudes de cada homem, desconsiderando as atitudes dos demais, como e com que razão pode-se dizer que temos de seguir tudo o que o sacerdote fala? Ainda mais se soubermos que ele está errado?

Abre-se aí duas possibilidades: no primeiro caso, tendo os homens em si o discernimento dado pelo Espírito Santo, poderiam ver onde está o bem e o mau, não  tendo a necessidade de sacerdotes, pois fariam sempre o bem e praticariam mutuamente a justiça entre eles, e sendo justos, agradariam a Deus e conseqüentemente estariam em contato direto com Ele; no segundo caso, os homens necessitando de um sacerdote para mostrar-lhes o bem e o mal e para estar em contato com Deus, deixa  evidente que o Espírito Santo está somente na figura do sacerdote e não nas demais pessoas.

Concluo, pois, que se todos têm em si o Espírito Santo, que dá, entre outros dons, o dom do discernimento, não há necessidade de um sacerdote. Em contrapartida, se de fato necessitam de um sacerdote, e que este mostre-lhes o bem e o mal, significa que os demais homens não possuem dentro de si o Espírito Santo.

Alguns podem refutar meus argumentos e dizer ainda que: o homem é falho.

Aceitemos isto e analisemos: o homem é falho, todavia, tem dentro de si o próprio Deus na forma do Espírito Santo- Deus que é perfeito. Sendo assim, como pode o homem ter dentro de si o Deus Supremo e Perfeito e ainda sim errar?

Ainda haverá quem diga: mas o homem em sua imperfeição em alguns momentos se esquece de Deus.

Se isso de fato ocorre somente serve para aumentar a certeza que eu tenho: a certeza de que, assim como em outra oportunidade já discorri sobre os hipócritas que tomaram o grupo de jovens, as pessoas usam o nome de Deus por conveniência: lembrando e aclamando o nome Dele em público, e se esquecendo Dele enquanto escondidos e em busca de seus interesses.

Agora, analisada da forma que foi feito: a frase-doutrina dita e repetida muitas vezes pelo meu amigo é hilária, errada, e principalmente uma balela para enrolar as pessoas e levá-las a seguir o que ele mesmo acredita e segue.
Concluo, pois, que esta frase-doutrina é sem fundamento, tornando-se contraditória, e que quem a segue em muito se engana.

sábado, 9 de julho de 2011

Por nossa conta.

Começo pela simples pergunta: pode um ser encontrar-se no mesmo momento em duas situações opostas? Explicarei melhor: pode um corpo estar em repouso e em movimento ao mesmo tempo? Pode alguém estar triste e feliz no mesmo instante? Pode alguém sentir dor e prazer ao mesmo tempo? Pode alguém estar enfermo e saudável no mesmo instante? E façamos a mesma pergunta com outros estados dos seres que são antagônicos.

Levemos em conta o que ocorre com os sado masoquistas. Estes supostamente sentem prazer ao sentirem dor. Sendo assim, poderíamos ser levados a crer que um ser pode experimentar ao mesmo tempo estados físicos e/ou de espírito que ao primeiro olhar parecem totalmente antagônicos.
Mas analisemos esta situação: Dor e prazer são sentimentos que o espírito experimenta em alguns momentos. O resultado da dor é necessariamente a infelicidade, a tristeza. Já o do prazer que é o sentimento oposto à dor causa necessariamente os resultados opostos.
Tomemos isso por correto. Agora outra pergunta surge: Como podem sentimentos opostos proporcionarem resultados iguais? O resultado da doença é o enfraquecimento do corpo, o da saúde o fortalecimento do mesmo. Pode a doença levar o corpo a se fortalecer e a saúde levar o corpo a se enfraquecer? É evidente que não.
Da mesma forma então podemos considerar que a dor não pode causar felicidade e vice-versa. Sendo assim, o que traz felicidade e prazer ao sado masoquista não é a dor. Podemos ainda aprofundar nesta análise: aqui no ocidente as mulheres usarem biquíni é um coisa normal. Já no oriente médio essa atitude causa repulsa e indignação. Isto é uma questão de ponto de vista. Assim o que para os demais é uma situação que causa dor e conseqüentemente infelicidade para os sado masoquistas é uma situação que causa exatamente o oposto. Ou seja, o que para os corpos da maioria se interpreta como dor, para os sado masoquistas nada mais é do que um estímulo ao prazer.
Desta forma  creio que podemos dizer que é impossível um ser, seja ele qual for, experimentar no mesmo instante dois estados ou sentimentos sejam eles físicos ou espirituais que sejam antagônicos.

Sendo assim, pode Deus ser benevolente e justo ao mesmo tempo?

Eu particularmente não creio nisso.

Se alguém comete um falta, Deus que tudo vê, pune-o ou perdoa-o?
De acordo com a Igreja Católica, até em meados do século XIX, quem transgredia alguma regra era punido pela própria igreja, que é óbvio representava Deus e seus desejos na Terra. Neste caso Deus era justo.
Hoje em dia é o contrário: Deus é benevolente, ou seja, perdoa a tudo, desde que o pecador se arrependa e freqüente a igreja com os seus irmãos.
Sendo assim, Deus tampouco experimenta dois estados antagônicos: ser justo e ser benevolente.
Mas aprofundemos isto: suponhamos que a falta cometida seja um furto. Se Deus for justo, Ele fará com que seja punido o transgressor e ressarcido o que teve o bem subtraído. Se em contrapartida Deus for benevolente, ele não fará com que seja punido o transgressor, esperando que ele se arrependa, e tampouco ressarcirá o que teve o bem subtraído, esperando que este não seja apegado aos bens materiais, esperando Deus para fazer a justiça em outro momento (juízo final).
No primeiro caso Deus é justo e não benevolente. Deus manifesta seu poder na Terra interferindo na vida dos homens mesmo que estes não se dêem conta. No segundo caso Deus é benevolente e não justo. Ele não manifesta seu poder em meio aos homens enquanto estes estão em suas vidas terrenas, esperando para agir no além.
Se Deus é benevolente como diz a maioria Ele não agirá em nossas vidas enquanto estivermos na Terra. Deus esperará para aplicar a justiça em outro momento, possivelmente no juízo final.
Se de fato Ele é benevolente fica óbvio que ele não age: pois na Terra nota-se muito perdão (ou ao menos Ele releva os pecados) e também muita injustiça (causada pelos homens e pela "não ação" de Deus- que fica esperando para fazer a justiça no além). Se Deus não age, logo Ele não fala com os homens diretamente - usa das escrituras para falar aos homens. Se Deus é benevolente e conseqüentemente, como ficou claro com a análise, não age, fica evidente que todas as ladainhas contadas por alguns de que Deus falou para fazer alguma coisa, ou que Deus deu uma missão, nada mais são do que mentiras e as expressões das vontades humanas destes hipócritas. Se Deus usasse de justiça para conosco enquanto estivéssemos na Terra provavelmente não estaríamos diante de situações calamitosas e revoltantes como as que nos deparamos em nosso cotidiano.
Sendo assim, ouso dizer que nem mesmo o Todo-Poderoso enquanto ser vivente pode experimentar dois estados de espírito antagônicos, e que neste momento, de fato, Ele está benevolente e aguardando o momento oportuno para fazer justiça.

Sendo assim, cabe a nós enquanto seres terrenos combatermos a injustiça e não esperarmos a justiça Divina na Terra. Alias, se Deus quisesse dirigir e controlar nossas vidas como dizem estes hipócritas e mentirosos não teria nos dado o livre arbítrio.
Cabe, pois, somente a nós mesmos lutarmos pela justiça e combater a injustiça. E para tal não necessitamos de punirmos os demais com nossos julgamentos perniciosos, mas sim evitarmos que os que já deram mostras de serem injustos e astutos consigam praticar novamente a injustiça.
Prevenção e não punição.
Não tratemos como empregado nosso Deus como fazem os hipócritas: "vou entregar nas mãos de Deus". A vida é uma dádiva por Ele dada a nós.
Enquanto estivermos na Terra justiça e injustiça caberá somente a nós. Previnamo-nos das injustiças e busquemos a justiça.