domingo, 25 de maio de 2014

A culpa é do vidro.

O que é pior do que um amor não correspondido?
Um amor correspondido e não consumado por ser "impossível".
Querer, saber que é quisto,
e mesmo assim não poder dar vazão a um sentimento tão puro:
eis o que corrói mais duramente a alma.
É como se um corresse para o outro na ânsia de um simples abraço
um singelo, apaixonado, terno e eterno abraço,
mas tivessem, cada um em torno de si, uma prisão,
uma redoma de vidro transparente e inquebrável,
que, cruel, permitisse que um avistasse o outro,
todavia, impedisse o toque, o cheiro, o beijo.
O vidro é o vilão.
A amada está ali, a menos de um palmo,
escuta-se seu coração batendo devido ao esforço em romper a redoma
Meu coração quase arrebenta o peito pelo esforço e pela proximidade:
ela está ali, do outro lado, a menos de um palmo
mas o vidro continua firme, se recusa a ceder.
O vilão é o vidro.
Ele impede o toque, o cheiro, o beijo...

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