quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Sopa.

Atendendo a sugestão, eis o texto:


A tal lei discutida pelos políticos norte-americanos que se aprovada infringirá grandes mudanças na internet gerou grande polêmica, tanto pelos lados de lá, como pelo restante do mundo.
Olhando algumas reportagens, tal como alguns comentários na internet, a discussão em torno desta lei chamou-me a atenção.
Para variar me vi disposto a ir contra a opinião aceita pela grande maioria dos internautas (onde vi as notícias e comentários)
Os que se colocam a favor de tal lei afirmam que esta somente visa combater a pirataria na internet, buscando se fazer cumprir a lei que rege os direitos autorais.
Os contrários afirmam que esta lei visa mais que isso: visa censurar os indivíduos.  
Esta ultima vertente de interpretação é quem fomentou a maioria esmagadora dos protestos. Muitos foram os sites que saíram do ar em forma de protesto. Aliado a estes sites, muitos indivíduos lançaram mão de campanhas pelas redes sociais sendo contrários à lei.

Esta discussão entre os políticos e os grandes sites da internet vai além dos argumentos expostos por ambos os lados, e mais uma vez o povo sem conseguir raciocinar sobre o que ocorre em sua volta segue o lado de quem veicula um maior número de notícias e posições em relação ao tema.
 Neste caso a maioria ficou a favor dos grandes sites, contrárias à lei “contra pirataria na internet”.


É fato que do lado dos a favor da lei existe grandes interesses econômicos. Isto é inegável.
Todavia, esta lei que daria um maior poder ao Governo norte-americano de invadir, retirar e proibir a circulação de alguns sites em seu território visa um melhor meio de fazer cumprir outra lei: a dos direitos autorais.
Todos os sites que “compartilham” algo com direitos autorais que não pertencem a ele sem autorização, ferem tal lei e estão sim praticando pirataria.
Li, durante uma discussão a respeito deste mesmo assunto, um argumento que dizia que pirataria consistia em copiar e lucrar com marcas registradas que não pertencem ao copiador, e que os sites não copiam nada, somente compartilham, e que não lucram com o compartilhamento.
Acaso não estão estes sites repletos de propagandas? E estas propagandas não geram lucro ao dono do site?
Dentro de minha ignorância, creio que empresas somente anunciam em sites cujo número de acessos seja grande. Creio também que o que move as pessoas a adentrarem nestes sites é a facilidade e economia/gratuidade que encontram para baixar conteúdos que de forma lícita custariam caro.
O ciclo acaba sendo este: os sites disponibilizam facilmente, ilicitamente e de forma gratuita conteúdos com direitos autorais que não lhes pertencem; as pessoas entram no site devidos à estas facilidades em adquirir gratuitamente e de forma ilícita conteúdos que custariam caro se comprados licitamente; as empresas notando que  determinado site tem um grande número de acessos começa a anunciar nele; o dono do site ganha dinheiro com tais anúncios. Sendo assim, como não dizer que estes sites não exploram marcas que não lhes pertencem se são estas mesmas marcas que atraem as pessoas, que atraem os anunciantes  que geram lucro ao dono do site? Utilizar marcas que não lhe pertencem não caracteriza pirataria?

Tal argumento somente não serve para algum site que porventura não ganhe dinheiro com a exploração destas marcas, cujo particularmente não conheço nenhum. Sites desta forma poderiam, ainda sim com ressalvas, protestar contrariamente a esta lei.

Muitos outros ainda afirmam que a pirataria somente existe devido aos preços absurdos praticados por quem detém os direitos autorais. Mas será mesmo que é por isto que existe pirataria ou será que é porque os indivíduos preferem fazer transações ilícitas e fáceis ao invés de se digladiar em uma luta árdua dentro das leis?
Para a maioria é preferível transgredir as leis para se obter facilmente o que quer  do que lutar dentro dela para conseguir o mesmo com trabalho maior.

Os contrários à lei afirmam que lutam pelo direito de expressão, que segundo eles será tirado pelo governo.

Será mesmo que isto é uma censura?

Até então eu não vi nenhuma menção com relação ao impedimento de qualquer indivíduo escrever o que pensa, ou mesmo de postar um vídeo próprio na internet. Somente faz menção aos vídeos e outras coisas cujos direitos autorais não pertençam a quem posta.
Se acaso o direito de se expressar , ou de postar um vídeo  ou qualquer outra coisa do gênero for tirado, aí sim será motivo para alarde. Todavia, até então não é o que se mostra.

Os próprios sites que protestam e se dizem “defensores” do direito de expressão, contrários à censura, e acusam os favoráveis a tal lei de estarem transgredindo tal direito de expressão devido a fins econômicos, na verdade lutam pelo mesmo motivo. O que move estes protestos é o simples fato destes sites vislumbrarem perdas econômicas.
E quem segue tais protestos também lutam pelo mesmo motivo, embora em menores proporções. Lutam pelo direito de continuar a conseguirem de maneira ilícita e fácil conteúdos que custam caro.

Tal protesto visa o “direito de burlar a lei”. Não julgo ser idôneo. Pois a lei que está em votação tem o intuito de facilitar o cumprimento de outra.

É fato que é absurdo os preços pagos para se adquirir de forma lícita os produtos que de forma ilícita e gratuita são adquiridos em tais sites que os pirateiam, mas não vejo na corrupção ao desacatar a lei a solução para tal problema.
Tampouco as leis são perfeitas. Contudo, quando uma lei não estiver condizente com o senso de justiça, temos o direito e dever de maneira racional protestar para que tal lei seja revogada. Seria um protesto e mobilização dentro da lei para mudar a própria lei.


 
Seria demasiadamente difícil  e demorada, mas há uma maneira, que de forma legal, poder-se-ia mudar tal panorama.
Se todos deixassem de comprar CDs e DVDs, deixassem de ir ao cinema, assim como qualquer coisa cujo o preço seja absurdo, por um largo período de tempo, e não recorresse aos meios ilícitos, dois problemas poderia acabar de uma só vez.  A velha “lei da oferta e procura” faria com que os preços caíssem, e a falta de procurar acabaria com a pirataria.

Todavia, a solução por este viés é quase impossível com o atual panorama de nossa sociedade.
A população tornou-se, em sua maioria, corrupta, preferindo a ilegalidade em detrimento a legalidade.




Sendo assim: bom download a todos!

4 comentários:

  1. O meu ponto de vista é que, preço altos ajudam a pirataria, já que, você paga 50,00 em um DVD de filme,outros vendem um produto copiado( inflige os direitos autorais)porem, o preço é de 5,00 ( 90% mais barato) as pessoas preferem comprar a esse preço por conter de certa forma o mesmo conteúdo, mas pagando mais barato.
    O nosso País cobra impostos altíssimos e isso ajuda e muito a pirataria, ainda mais agora com a internet, onde você pode trocar,enviar, disponibilizar esses arquivos a pessoas que por muitas vezes, não tem dinheiro suficiente nem para sustentar a família quanto menos para comprar tais coisas com preço abusivos.
    Caso isso aconteça, essa proibição, ira gerar um conflito muito grande, de proporções gigantescas, e que sem duvida, irá dar muita dor de cabeça a muitos cidadães que utilizam esse meio para troca de informações e arquivos.

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    1. Bem, primeiramente quem não tem condições de sustentar a família sequer terá acesso à internet.
      Posteriormente refaço uma pergunta feita no teto: acaso é o alto preço dos produtos que fomenta a pirataria ou é a preguiça e a desonestidade da maioria que prefere conseguir tais produtos de maneira fácil e ilegal ao invés de travar uma luta mais árdua e demorada pelas vias legais?
      O que está em jogo é tua luta pelo direito de expressão ou pelo direito a continuar a usufruir da pirataria, que é ilegal?

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  2. A Valencia e a punição para aqueles que burlão leis é a garantia da segurança publica, mas nesse caso tal lei esta diretamente atrelada a base norte-americana "liberdade" e as duas bases da internet "liberdade e copia",mas esse não é o mais grave e sim, como tal lei será implantada,inicialmente a pirataria não depende só da internet e continuará existindo depois da possível implantação de tal lei, a cobrança de taxas para usufruir de filmes online, download de cd's e livros, talvez seja uma solução (Ex.: "uma inteira" custa R$10,00, a "meia" R$5,00, online r$3,00) e por ultimo a internet é patrimônio da humanidade como já foi estipulado pela ONU assim sendo, mesmo que ela esteja quase que totalmente em domínio norte-americano, não deve ser alterada de maneira nenhuma! http://envolverde.com.br/noticias/onu-declara-acesso-a-internet-como-direito-humano/

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    1. Primeiramente deves entender que nada nem ninguém tem liberdade plena, caro José.
      Depois tem de entender qual é a base do liberalismo, que se baseia na livre iniciativa, e não na liberdade plena. E para garantir o incentivo à livre iniciativa nasceu a lei de patentes, e de direitos autorais.
      Por último tens de entender a diferença entre direito de acesso e pleno usufruto.

      Até na internet existem regras, meu caro. Ou acaso já não existem mais as leis contra a pedofilia na internet? Acaso não temos em nossas páginas das redes sociais uma ferramente chamada: "denunciar" ou algo similar?
      Não agiriam a lei contra pedofilia e a ferramenta "denunciar" contra a liberdade de expressão?

      A internet está cheia destas regras que supostamente ferem este direito. O que te causa revolta é o fato de que agora esta lei virá tirar-te o "direito de burlar uma lei".

      Não concordo com os altos preços e vejo em tua ideia uma solução plausível para a pirataria, todavia, ainda sim vejo modos legais de se mudar o panorama sem ter de recorrer à ações ilícitas, tal como a pirataria.

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